quinta-feira, 28 de junho de 2007

As Palavras

As palavras


São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.

Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta?
Quem as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

Eugénio de Andrade



Depois de ter lido muitos poemas, alguns também muito interessantes, acabei por me decidir por este, pois achei-o muito interessante.
O poema, tal como refere o título, fala sobre Palavras. O poeta fala das palavras como algo que pode tomar diferentes maneiras, serem vistas e sentidas, como algo que apenas toma as formas que as pessoas lhes derem.
As palavras podem viajar para longas distâncias, podem ser usadas de diferentes maneiras. Podemos usá-las para falar, para escrever uma carta, um artigo de jornal, um livro, um cartaz publicitário, etc.
Nós é que devemos dar às palavras o sentido que for mais apropriado.



Cátia Bogas 10ºC

1 comentário:

Fátima Inácio Gomes disse...

O poema é muito belo. Traz-nos uma definição muito particular desse universo que é o nosso, o das palavras.
O teu comentário... nota-se que foi feito um bocadito a correr, não foi?! ;)