segunda-feira, 25 de junho de 2007

Ódio?!


Ódio?


Ódio por ele? Não... Se o amei tanto,

Se tanto bem lhe quis no meu passado,

Se o encontrei depois de o ter sonhado,

Se à vida assim roubei todo o encanto...


Que importa se mentiu? E se hoje o pranto

Turva o meu triste olhar, marmorizado,

Olhar de monja, trágico, gelado

Como um soturno e enorme Campo Santo!


Ah! nunca mais amá-lo é já bastante!

Quero senti-lo d’outra, bem distante,

Como se fora meu, calma e serena!


Ódio seria em mim saudade infinda,

Mágoa de o ter perdido, amor ainda.

Ódio por ele? Não... não vale a pena...



Florbela Espanca




O motivo que me levou a escolher este poema de Florbela Espanca, foi o facto deste falar de diversos sentimentos comuns a todas as pessoas, tais como, o ódio, o amor e a mentira.

Neste poema o ódio é encarado como uma forma de negar o amor. Como diz Raul Seixas, “O ódio não é real, é a ausência do amor”. Com este poema constatei que não vale a pena odiar as pessoas, se estas mentiram ou nos desiludiram, porque a amizade/o amor que temos por essa pessoa vai superar o ódio que por ela sentimos.


Eduarda Correia, 10º A

1 comentário:

Fátima Inácio Gomes disse...

Como um poema com o título de "Ódio" pode falar tanto de amor, não é verdade?! Bem visto, bem escolhido, Eduarda. Afinal, o Amor domina o mundo, mesmo quando á a falta dele que se sente...