sexta-feira, 23 de maio de 2008

Um País caricato ao contrário





Nos tempos que correm, tenho-me apercebido de que nós já não somos mais aquele famoso, consagrado e místico povo Lusitano. Agora somos um novo povo, tipo um protótipo, só para inglês ver, quando nos é conveniente.
Hoje em dia, vemo-nos a ser governados por um bando de políticos patéticos, que pensam que, por tirarem um doutoramentosinho na Universidade Independente, conseguem gerir uma nação deste calibre. E depois vemo-los naquelas maratonasitas que se fazem por aí a mostrar a sua disponibilidade social e a servir de exemplo, quando na verdade deveriam estar a servir de gado bovino nas touradas.

Outro tema que me intriga bastante, estimado leitor, diz respeito às novas modas deste século. Os meus ancestrais [?] como as minhas avós, por exemplo, até ganham enxaquecas e náuseas sempre que ouvem algo fora do normal para elas. Se ouvem uma notícia como: Cristiano Ronaldo, no último fim-de-semana, esbanjou uns troquitos numa clínica em depilação, é logo um Deus que as acuda. Onde este mundo vai parar?...perguntam-se elas. Até chegam ao ponto de ir rezar um terço por estas almas sem juízo.
Eu, sinceramente, não as entendo. Quer dizer, só por ser o Cristiano Ronaldo?! Então se fosse o Manuel Joaquim, habitante há 33 anos em Carrazeda de Ansiães, descendente de uma família de pastores (calma, estimado leitor, não tire conclusões precipitadas, ele não é parente do ilustre Primeiro Ministro) a gamar a gillette ao pai e a lembrar-se de se tosquiar por completo, já não teria direito a um terço? Tudo bem que poderia optar por outro método de depilação, porque um colega meu até já me recomendou usar bandas de cera.
Também me dei conta de que anda tudo trocado neste planeta. Porquê? Porque, simplesmente, o que se vê por aí são filhos quase, ou até mesmo, a bater nos seus pais. Lá por terem ganho pêlos nas virilhas, andarem com a cara em obras e terem engrossado a voz pensam que já são os donos da razão? Se for comigo, se um dia um filho da minha mulher me levantar a voz com agressividade… espanco-o com cuidado na hora.
Contudo, nem tudo é péssimo, ainda nos restam algumas pequenas coisas para nos entreter e divertir como os últimos gritos da evolução tecnológica e científica. Os telemóveis 3G, Ipod’s, Iphone’s entre outras… e claro, o meu predilecto, que me deslumbra ao usufruir as suas várias capacidades. O Tamagoshi. Ai não, afinal confundi-me, estimado leitor, o Tamagoshi já vem do século passado.
Em suma,não podemos perder os nossos valores, que tantos nos caracterizam. Como ir comprar o selo do carro no último dia, assim como ir assistir a uma peça de teatro e deixar o automóvel estacionado num lugar onde se lê “Sujeito a reboque”, com a intenção de demorar apenas uns cinco minutinhos.
Estas coisinhas fazem parte de nós, assim como o dever de nos cultivarmos constantemente também, porque só “Quando não conhecemos, nem sabemos, algo que nos é novidade é que verificamos o limite da nossa cultura e o tamanho da nossa ignorância”.



Marcelo Veloso 11ºB

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