sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Falas de Civilização

Falas de civilização, e de não dever ser,
Ou de não dever ser assim.
Dizes que todos sofrem, ou a maioria de todos,
Com as cousas humanas postam desta maneira.
Dizes que se fossem diferentes, sofreriam menos.
Dizes que se fossem como tu queres, seria melhor.
Escuto sem te ouvir.
Para que te quereria eu ouvir?
Ouvindo-te nada ficaria sabendo.
Se as cousas fossem diferentes, seriam diferentes: eis tudo.
Se as cousas fossem como tu queres, seriam só como tu queres.
Ai de ti e de todos que levam a vida
A querer inventar a máquina de fazer felicidade!


Alberto Caeiro



Este poema levou-me a associar dois assuntos, os problemas e as complicações da sociedade, e o desinteresse do autor perante a civilização. O primeiro assunto vem dos primeiros versos, que falam da opinião das pessoas, e da sua infelicidade. Hoje em dia, esse descontentamento permanece nos corações de muitas pessoas por diversas razões, cada vez se diz mais que a vida está difícil, na verdade, não está fácil e isso vê-se bem - a nível económico os mais ricos enriquecem e os mais pobres empobrecem. No segundo assunto [???] baseei-me na afirmação “escuto sem te ouvir”. Alberto Caeiro, ao não racionalizar, sabia que a felicidade tinha de se aproveitar, ele não se importa com a opinião dos outros, porque as coisas acontecem por algum motivo. Para Caeiro era fácil ser feliz: simplesmente se tem de sobreviver, não ter fome e ter os desejos realizados [e é pouco?]. Acho que o que nos acontece de mal serve para nós ver-mos que temos de aproveitar as coisas boas, mesmo que sejam poucas.


João Paulo de Matos Nascimento, 12ºA

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