sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Um dia de chuva


Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol.
Ambos existem; cada um como é.



Alberto Caeiro



Este poema, de Alberto Caeiro, inspirou-me pela sua simplicidade, por dizer tanto em apenas dois versos.
Penso que é um dos poemas que melhor define a poesia de Caeiro, cada coisa é como é, tal e qual como a vemos e não como pensamos ou, muitas vezes, queremos ver.
Neste poema conseguimos ver a sua objectividade e amor pela Natureza, pois nem todos dizemos (de maneira tão simples) que um dia de chuva é tão belo como um dia de sol.
Para ele, talvez, pela existência de luz, quer chova ou não, porque o importante é ver, é “sentir com os olhos”, contrariamente ao ortónimo, que intelectualiza tudo o que vê e sente [frase?]. Para este, um dia de chuva era explicado pelo Inverno ou Outono e não simplesmente porque choveu.
Acho que, hoje em dia, todos somos um bocado como o ortónimo, pensamos demasiado e esquecemo-nos do simples e belo, do que é natural. Depois vem a tal “dor de pensar”, a “angústia de viver” e a “frustração”. Nada disso aconteceria se víssemos apenas o que está à nossa frente, sem racionalizações.
Mas como, se isso acontecesse, tudo mudava, limitamo-nos a ser como os outros, a guiarmo-nos pela sociedade e a pensar, pensar e pensar.
Para mim, Caeiro era o “mestre” por se conseguir abstrair tão facilmente e ser feliz dessa maneira.



Sara Beatriz, 12ºB

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