domingo, 31 de maio de 2009

No mundo


Esta pintura, criada pelo grande artista Pablo Picasso, reflecte a dor e o sofrimento resultante do bombardeamento da cidade de Guernica, no decorrer da Guerra Civil em Espanha.
Vários elementos significativos reúnem-se numa pintura, pintada a óleo sobre a tela, para dar a conhecer os horrores e desespero que a guerra causa.
Escolhi esta imagem pois faz-me reflectir sobre a situação mundial, da rapidez como passamos da harmonia para a guerra e violência. Os desentendimentos entre os povos têm sido cada vez mais frequentes e intensos, a ambição de cada país e a luta progressiva na tentativa de mostrar a sua superioridade têm causado distúrbios nas populações, acabando por pagar os inocentes pelos erros dos pecadores.
Desde início é de notar a cor do quadro: o preto, que, para mim, simboliza a morte, escuridão, dor, sofrimento, medo, todos eles foram sentidos em Guernica, naquele dia. Os sentimentos que este quadro transmite, claramente, podem ser transportados para o presente, aliás, eu vejo esta pintura como uma visão do mundo e não tanto como a guerra civil, visto que disso eu sei pouco.
O que mais me chama a atenção é a mistura entre figuras humanas e animalescas, homens e animais reúnem-se num inferno de dor, demonstrando a nossa semelhança, pois por vezes pomos de parte a nossa capacidade de pensar e raciocinar e tornamo-nos nuns verdadeiros animais, que apenas competem entre si ou por alimento, ou pelo melhor local, ou mesmo porque a sua natureza assim o exige.
A nossa natureza, porém, leva-nos a agir como perfeitos egoístas, a passar por cima de outros só para alcançarmos aquilo que mais desejamos, não olhamos a meios para atingir os fins. É assustador ver a nossa sociedade a degradar-se cada vez mais, de dia para dia, sempre no sentido de valorizar e salvaguardar os interesses dos mais poderosos, sendo estes os que ficam para a história e são recordados pelos seus actos. O que, normalmente, ninguém sabe, é que por trás desses grandes actos está todo o trabalho e dedicação, a luta e o sofrimento daqueles que pouco têm e que, por isso, se sujeitam “às mãos” das classes mais altas. Esta mensagem remete-nos, novamente, para a pintura, onde vemos um guerreiro com a espada partida, que lutou até à morte pela sua pátria. Tal como ele, muitos lutadores morrem todos os dias, no entanto, não são recordados, pois não foram eles que venceram a guerra. Todos nós somos heróis das nossas vidas e todos nós devemos ser recordados por aquilo que fazemos. Por mais insignificante que pareça aos olhos de uns pode significar muito aos olhos de outros.
Vemos, no quadro, uma janela que, ao primeiro olhar, pode representar uma capacidade de fuga, mas é tão pequena que ninguém pode escapar por ela. É assim que eu me sinto neste mundo, com vontade de fugir, mas presa num beco sem saída.




Ana Novo 12ºC

1 comentário:

Fátima Inácio Gomes disse...

O nosso blogue também tem uma janela... e aberta de par em par! :D

Boa análise, Cristina.