quinta-feira, 4 de junho de 2009

Passos de Solidão





Era quase noite, o meu eu procurava um lugar. Um lugar onde corpo e alma pudessem repousar. Vagueava há dias apenas com o conforto de saber, que um dia, seja ele qual for, encontraria o meu lugar.

O Mundo é o infinito. E para o infinito caminho em parte incerta. A luz que me bateu nos olhos, que me queimou a pele, que me guiou é a mesma que cessa agora no horizonte. Horizonte este que define a linha para a qual eu caminho, sem nunca chegar a lado nenhum. Estou perdida? Não, estou só. Uma pessoa que procura o nada nunca se perde porque por muito que ande, muito ainda lhe faltar para andar.
De todos os caminhos cruzados nenhum me levou ao meu lugar, porque não sei onde ele fica. Mas os meus pés, calejados, não param. Querem o conforto que há muito procuram, querem o lar que nunca tiveram, querem o gesto, o carinho, o amor, a vida que anseiam. As marcas dos meus pés estão no caminho que tracei para que nunca volte atrás. E mesmo que volta-se nunca seria a mesma, porque a cada passo nasço de novo.
Busco a cada dia a perfeição. Porque o mundo assim de mim o exige. Quero um lugar, um estatuto, um nome. Mas o mais importante, quero encontrar-me. Quero descobrir o que preenche o vazio dentro de mim. E por isso procuro algo, procuro alguém. Sem saber, no entanto onde, e como procurar.

Estou cansada e, por isso, sento-me, olho em meu redor e penso. Procurei em tudo mas apenas encontrei o nada. Porque nunca parei e me olhei. Eu sou o tudo, eu sou o nada. Sou o perfeito de mim mesma, porque sou eu. E só eu me basta para mim.


Cátia Ferreira, 12ºB

1 comentário:

Fátima Inácio Gomes disse...

Um devaneio egocêntrico, mas muiiiiito gostoso :)
Tem algo de onírico... ;-)