domingo, 12 de setembro de 2010

Em jeito de Boas-Vindas...




Bem-vindos, meus caros!

Começa mais um ano lectivo e eis que se vêem face a um novo desafio: o ensino secundário. Por aqui, desafio-vos eu a entrarem neste espaço de escrita – imaginem o que construirão durante os três anos que agora se abrem, generosos e promissores, à vossa frente!

Deixo-vos, então, a primeira proposta… malandra… :)


Tal como no primeiro ciclo, em que vos pediam para fazerem uma composição sobre as vossas férias, neste começo de ciclo, eu peço-vos o mesmo. Mas eu não quero uma enumeração de localidades e datas! É aqui que revelarão o que cresceram desde então. Proponho-vos que falem de algo que vos tenha chamado a atenção, nestas férias. Pode ser a nível pessoal, ou nacional. E o explorem, trabalhando o estilo.

 
Não que seja um modelo, mas para dar o mote, para vos animar, começo eu. Como vêem, não estão sozinhos na caminhada que agora iniciamos.

E também têm a ajuda da Cláudia, colega vossa, já universitária, que por aqui anda desde o 10º ano :) É que, na verdade, esta será sempre a vossa casa.


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 Tenda Cinco Estrelas

     

     As férias. Viver as férias. Ou, simplesmente, passá-las.

     Da minha parte, vivi-as. Sei lá, tenho esta mania de participar naquilo em que me vejo envolvida. Como viver. Porque, é verdade, há quem viva sem estar plenamente convicto de que o está a fazer. O contrário dos sportinguistas, por exemplo, que o são estando plenamente convictos do que estão a fazer. Em ambos os casos, é como que uma fatalidade…

      É verdade, estou a divagar… mas falamos de férias e estas pedem esse “devagar”, ou “divagar”, se tiver o açucarado brasileiro. Ah, pois, lá estou eu… é este desejo de ainda estar de férias, o caro leitor entenderá, certamente. Pois sim, darei o exemplo: o que assinalo das minhas férias, o que me chamou a atenção…
    

Descobri, numa reportagem da televisão, que os portugueses fazem cada vez mais campismo. E, se muitos o fazem por razões económicas, outros invocaram uma razão maior: a liberdade que não se encontra num hotel de luxo. Eu, que passei uma semana a acampar, compreendo-os bem. É, de facto, entediante, castrador, até violento, passar uma semana num hotel, violência apenas superada se esse hotel for de luxo. Pensem só na violência de nos levantarmos de manhã, irmos à casa-de-banho, e não termos uma fila de espera – a solidão de uma casa-de-banho. Termos, diariamente, as toalhas, os lençóis, imaculadamente lavados… tudo aparece feito -mas com o quê ocuparemos o tempo? O horror do tédio… Chegar à sala do pequeno-almoço e confrontarmo-nos com a arrepiante visão de mesas e mesas de iguarias, depois de termos passado o ano inteiro a sofrer as passas do Algarve (essa Meca do turismo) para emagrecermos uns gramas… e o risco que se corre, nesses espaços, de nos cruzarmos com uma figura pública? Com um Cristiano Ronaldo ou um Macário Correia? E de aparecermos numa capa de revista, qual emplastro desprevenido?
     Ah! Na verdade, não há nada como a liberdade de um parque de campismo! A liberdade de desmontar a tenda e de voltarmos para casa, depois de duas noites a ter o vizinho do lado a ressonar, como se estivesse no nosso quarto.

 


Fátima Gomes

4 comentários:

Delfim Peixoto disse...

Vim, li, gostei e irei voltar

Fátima Inácio Gomes disse...

Obrigada, Delfim :)
A porta está sempre aberta.

Anónimo disse...

Bem vejo que já está a tratar bem dos caloirinhos do secundário! Eu já avisei o Maninho que a Sra Professora Fátima não é para brincadeiras :p
Acho que vou voltar a frequentar esta casa depois de uma pausa para férias e não só.

Beijinho

Catarina Gonçalves

Fátima Inácio Gomes disse...

Maninho?!?!?!? Qual maninho??!?! hummm :)