terça-feira, 9 de novembro de 2010

Poemário

Hoje, o poema seleccionado pela turma chegou pelas mãos da Ana Luísa. 
Trata-se de um soneto, como era apanágio da autora, Florbela Espanca:







Languidez


Tardes da minha terra, doce encanto,
Tardes duma pureza de açucenas,
Tardes de sonho, as tardes de novenas,
Tardes de Portugal, as tardes d’Anto,

Como eu vos quero e amo! Tanto! Tanto!…
Horas benditas, leves como penas,
Horas de fumo e cinza, horas serenas,
Minhas horas de dor em que eu sou santo!

Fecho as pálpebras roxas, quase pretas,
Que poisam sobre duas violetas,
Asas leves cansadas de voar…

E a minha boca tem uns beijos mudos…
E as minhas mãos, uns pálidos veludos,
Traçam gestos de sonho pelo ar…




 Aqui fica um pouco da vida e obra da autora:
http://www.vidaslusofonas.pt/florbela_espanca.htm








A palavra da próxima semana, para acabar o ciclo dos quatro elementos: AR


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