segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Da Imagem - Alimento - por Rita Vilas Boas





Leitura da Imagem:

            A fotografia pertence ao conceituado fotojornalista John Stanmeyer. John focou-se em principais acontecimentos históricos na Ásia, concentrou-se igualmente na situação de refugiados da guerra civil de Uganda e passou meses a narrar o trágico tsunami de 2004. O fotógrafo esteve e está presente em vários conflitos mundiais que envolvem antagonismos ambientais, políticos e sociais. O seu trabalho é centrado na captura das diversas culturas que estão a ponto de serem extintas, documentar a pobreza que assola a humanidade, os conflitos armados e, como é o caso desta imagem, a desigualdade social. Ganhou grande destaque como fotógrafo da revista Time e da National Geographic, na qual publicou vários artigos sobre malária e ajuda humanitária. Stanmeyer tem sido o destinatário de inúmeros prestigiados prémios, incluindo o prémio de «Magazine Photographer of the Year».
            Esta fotografia foi tirada no Egipto e representa o sofrimento humano causado pela fome, sendo isto um processo de colapso impulsionado pela intensificação de escassez de recursos.

             Através de uma pesquisa, consegui concluir que as pessoas que intervêm na foto esperaram durante horas para conseguirem o seu mantimento para o resto do dia ou dos dias que se seguiam. Funcionava o racionamento, como em Portugal aquando do regime de Salazar. É, então, bastante evidente que se trata de uma imagem com função informativa, cujo objetivo é testemunhar a realidade da população deste país.
            Na fotografia, a janela que divide o interior da padaria e a rua, remete-nos (quase) para uma prisão que se constata com a divisão social e da qual, se consegue entender, através dos rostos das pessoas que intervêm, a grande aflição e o seu desespero. A claridade que lhes está sobrejacente funciona quase como uma luz de esperança para alcançarem o pão que os mantém vivos. No fundo da imagem, damo-nos conta de uma cidade aparentemente calma e normalizada, com uma pirâmide, um símbolo bastante frequente no país em questão.


Texto Argumentativo:

 Enquanto milhões de pessoas passam fome no nosso país e no resto do mundo, as restantes desperdiçam toneladas de alimentos diariamente por descuido ou por, simplesmente, não saberem como aproveitar tudo o que eles oferecem. Diante disso, o interesse por este tema vem da necessidade de consciencializar para o cuidado que devemos tomar aquando do tratamento dos restos de comida, ou dos desperdícios. Saliente-se o facto de haver campanhas e grupos comunitários que, com autorização governamental, fazem recolhas de refeições remanescentes em restaurantes e serviços takeaway para distribuição pelos mais pobres e pelos sem- abrigo.
 Enquanto seres humanos, temos direitos à alimentação e, enquanto estado de bem-estar social, somos responsáveis pela alimentação do nosso próximo, que mais não seja, sob a forma de ração. O racionamento é uma forma viável, aquando de uma guerra civil, conflitos socioeconómicos, entre outros, o que permite o acesso à alimentação por parte de todos, apesar de em muito pouca quantidade. Porém, o racionamento tem em consideração os grupos etários mais frágeis, tais como crianças, idosos e grávidas. Obviamente que em países desenvolvidos, o racionamento que se constata em muitos países é absurdo, dado que estes resultam da corrupção, da obsessão dos políticos e governantes pelo poder e dinheiro, sendo os mais fracos que “pagam esse preço” com todas as consequências e represálias.
Em suma, devemos então ter consciência e cuidado com o desperdício aquando do tratamento da comida, pois devemos ter consciência de que a soma de tudo aquilo que deixamos de aproveitar seria capaz de alimentar inúmeras pessoas que lutam contra a fome. É importante tomar consciência que se trata de uma realidade nua e crua e que devemos mudar de atitude para que as coisas não se agravem. 


Ana Rita Vilas Boas, 12º C

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