sábado, 14 de março de 2015

Da Imagem - O GRITO - por Hugo Silva








Leitura da Imagem

  


Edvard Munch foi um pintor expressionista norueguês imortalizado pela sua obra “O Grito”.

Neste caso, o quadro ilustra uma forma humana aterrorizada. Em termos cromáticos, o desenho é constituído maioritariamente por cores quentes, mas também podemos observar cores frias. 

   Neste quadro, também podemos observar que é maioritariamente constituído por linhas curvas, como se tivessem sido reproduzidas pelo grito dado pela figura em primeiro plano.

A minha escolha pelo quadro “O Grito” de Edvard Munch prende-se com a expressão da figura que aparece em primeiro plano. Se olharmos fixamente para os olhos da personagem, compreendemos que estamos na presença de algo que a horroriza. Há algo de quase grotesco na sua cara - olhos extremamente redondos, narinas bastante salientes, ao contrário do nariz e da forma da boca, que terá originado o título do quadro.

A ausência de cabelo e as maçãs do rosto bem vincadas garantem um aspeto desgastado e faz pressupor a ideia de que estamos na presença de alguém em final de ciclo. Ora, parece-me inequívoco de que este final de ciclo é a morte e considero que estamos na presença de uma passagem para o outro mundo. Acho que esta passagem onde se encontra a figura é tida como a ponte (exatamente onde a figura se encontra) entre mundos e aqui descobrimos qual o nosso destino final. Um pouco à semelhança do “Auto da barca do inferno” que estudámos no 9º ano, atravessar o rio era tido como a saída de uma zona neutra, onde nenhuma alma poderia estar e o azul presente no quadro representa, sem dúvida, essa linha divisória. Em contraste com o rio aparecem todas as outras cores, com predominância para o amarelo e o vermelho que automaticamente nos remetem para fogo, neste caso em concreto, para as chamas do inferno.

Ao fundo, vemos dois vultos, obviamente escuros, que parecem vir na direção da personagem. Simbolicamente, a sua presença significa que a escolha quanto ao seu destino final está resolvida, até porque não há nenhum outro elemento no quadro que nos remeta para a ideia de que esta figura tenha hipóteses de salvação. A figura está de costas para os vultos e como tal, sente obviamente a sua presença, mas parece estar imobilizada e sem hipótese de fuga. A sua reação, bem explícita na sua cara, revela todo o horror da consciência da morte e do que o espera.
O gritox pode, simultaneamente, expressar o medo e o arrependimento. Aliás, o nome do quadro poderia muito facilmente ser substituído por “o fim”.


Texto Argumentativo

   A morte é algo que nós enfrentamos todos os dias, algo sobre o qual a sociedade evita falar, mas mesmo assim não conseguimos fugir dela. 

Todos os dias que passam, estamos mais perto do momento em que chegaremos ao final do ciclo, a morte. Mesmo sabendo que é algo a que nascemos destinados, nós vivemos num constante sofrimento.

A morte é vista por muitos como uma coisa má, algo que nos retira o poder de viver e que nos separa daqueles que nos são queridos, provocando-nos tristeza e sofrimento. Mas também existem aqueles que defendem que a morte é apenas a passagem para um lugar melhor, o Paraíso.

   Para mim, a morte é algo que me atormenta no meu dia-a-dia, vivo num medo constante de um dia adormecer num sono profundo de onde nunca mais vou ser capaz acordar.


Hugo Silva, 12ºG

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